domingo, 11 de agosto de 2013

Desistindo de um trabalho para viver a maternidade

Minha rotina irá mudar, finalmente!
Desde que voltei da licença maternidade venho me questionando sobre minha rotina de trabalho, de cuidados com meu filho, de lazer... Enfim, estou passando por uma crise pessoal e profissional e tenho pensado muito em como mudar tudo isso.
Estou trabalhando em um local que já não significa muito pra mim, além disso,  tanto eu quanto meu filhote temos adoecido com tudo isso.
A rotina que tenho hoje é mais ou menos assim:
Saio de casa antes das 8h, deixo meu filho na casa da vovó, vou para o hospital. Entro as 8h30.
Às segundas e quartas, saio do hospital às 14h45, vou para o consultório, trabalho até às 20 (na segunda) e 21 horas (na quarta); volto para casa, já exausta! O pai do meu filho vai busca-lo e fica com ele até eu chegar. Quando chego, coloco roupa na máquina, recolho roupa do varal, lavo a louça, faço um lanche, tudo isso em menos de 30 minutos. Depois brinco com o filhote por no máximo meia hora e ele dorme.
Às terças e quintas não trabalho no consultório, mas saio do hospital às 19h30, vou buscar o filhote, acabo comendo algo na casa da minha mãe, chego em casa, repito o ritual diário de cuidar da louça, faço a comidinha dele e congelo para alguns dias. Brinco um pouquinho com ele e depois que ele dorme, tento descansar um pouquinho antes de ir dormir, por volta das 23h30.
Na sexta é meu dia mais normal, porque saio do hospital às 17h30, vou busca-lo, fico com ele até tarde, sem me preocupar com a casa, já que minha (santa!) faxineira vai às quintas.
No sábado trabalho no período da manhã e quando volto para casa com ele já é no final da tarde. Só aí tenho tempo para cuidar de fato dele: brincamos, assistimos aos desenhos que ele gosta, vejo o jornal enquanto ele brinca no chão e faço algo para jantar. Depois que ele dorme, tento assistir a um filme.
No domingo minha rotina é toda dedicada a ele, brinco, passeio, almoçamos na casa da vovó e voltamos pra casa à noite, quando é hora de organizar as roupinhas, as papinhas e minha rotina para a semana seguinte.
Quando tenho um “buraco” na agenda, consigo fazer a unha, senão, dou uma arrumadinha durante o horário de trabalho mesmo (ou na hora do almoço). Tenho tentado manter um mínimo de vida social, mas é quase impossível.
Só de escrever tudo isso, já me sinto angustiada!
Percebo que meu tempo com meu filho não tem a qualidade que eu gostaria que tivesse. Não consigo acompanhar a rotina dele, não consigo dar banho, alimentar etc. Apesar de ele estar muito bem cuidado pela minha mãe, sinto falta dessa rotina, sinto falta de tempo e falta de qualidade no meu tempo com ele. Sinto que estou perdendo um tempo precioso, não acompanho o desenvolvimento dele como eu gostaria e isso me entristece muito.
Hoje consigo ter uma vida financeira mais tranquila, mas me falta tempo até mesmo para conseguir gastar o dinheiro que ganho trabalhando tanto.
Resultado? Estou adoecendo. Minha produtividade caiu muito, já não consigo me dedicar tanto ao trabalho e minha desmotivação beira a depressão. Estou no limite do meu stress.
São quase 4 meses vivendo assim e hoje, resolvi dar um basta! Pedi demissão!!!!
Se eu fosse pensar racionalmente talvez não o faria: Trabalho em uma mesma instituição há quase 20 anos, tenho uma certa estabilidade, o consultório ainda é instável, apesar de estar crescendo, não terei férias, 13º salário, salário fixo no final do mês e tudo o mais de segurança que um emprego de carteira assinada nos proporciona.
Mas, e daí? Perco bastante coisa, financeiramente as coisas terão que ser realocadas, mas tudo isso que estou fazendo é para ter um mínimo de qualidade de vida e poder viver a maternidade de maneira mais feliz. Vou ter que cortar gastos, rearranjar meus financiamentos, como já contei antes, mas terei tempo de dormir, de brincar, de cuidar e de me cuidar também. Terei tempo de viver, e isso está me fazendo muita falta.
Enfim, sei que terei momentos de muita angústia, principalmente ao lidar com a instabilidade e a falta de grana, mas sei que terei tempo de me preparar para retornar ao mercado de trabalho de maneira mais saudável. Minhas possibilidades não estão esgotadas!
Além disso não estou parando de trabalhar, apenas reduzindo. Continuo com meu consultório e aposto que há possibilidades dele crescer (o que hoje é impossível).
Agora preciso estabelecer novas prioridades financeiras, já que não consegui juntar o montante que havia me proposto, ainda tenho o financiamento do apartamento e do carro. Estou otimista (apesar do medo). Quero me lançar em novos desafios, quero poder passear na pracinha com o filhote, fazer uma caminhada pelo menos 3 vezes por semana, quero cozinhar pra ele mais vezes por semana, quero cuidar da minha casa, da minha aparência (que com tudo isso anda muito descuidada), quero voltar a ouvir música e ver pelo menos um filme por semana, quero ver o por do sol, sentada na lanchonete da esquina, pelo menos uma vez por semana, quero ter tempo de receber minhas amigas em casa, nem que seja para uma simples xícara de chá e um papo gostoso. Quero ter tempo de ver o sol, coisa que há muito tempo não vejo. Quero ser feliz! O que mais eu posso querer?


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