quinta-feira, 21 de junho de 2018

Revendo minha estratégia financeira

Estou mais uma vez tendo que olhar de perto para minhas finanças. Eu já contei como faço meu controle financeiro. Tenho uma planilha bem detalhada em que marco tudo o que gasto. A cada final de mês faço uma leitura dos dados e vejo o que tenho que cuidar melhor, onde estou estourando o orçamento, quais os cortes que devo fazer. O problema é que apesar disso, tenho perdido o controle. Como isso pode acontecer? Percebi que, desde que passei a utilizar cartão de crédito no dia a dia, vivo um período de grande angústia, já que gasto sempre de maneira antecipada. Na verdade, gasto um dinheiro que ainda nem existe e não tenho certeza de que terei, lembrando que sou autônoma e, embora, tenha uma renda média estável, nem sempre os valores entram na data prevista.
Dessa forma, o mês começa e eu já fico ansiosa esperando o dinheiro entrar para as contas iniciais e assim que acerto isso, já começo a tentar receber para pagar o cartão de crédito, que acabou ficando muito alto. Identifiquei dois problemas fundamentais:
1. Fiquei sem reserva para as contas do início do mês; Pois é! Depois de vários problemas financeiros que já relatei aqui, que se resumem à perda de renda no ápice da crise e aumento das despesas, acabei ficando sem aquela sobra, que eu sempre utilizei para as contas iniciais e como estava também sem minha reserva de emergência, acabei ficando refém das entradas e, quando essas atrasam, fico numa situação difícil.
2. A utilização do cartão de crédito realmente me desorganizou por dois motivos. O primeiro deles é que eu acabei relaxando nos parcelamentos. Um dois maiores erros financeiros que a gente pode cometer é desconsiderar o valor total e pensar: "ah, eu parcelo em 3 vezes, aí não aperta!". Cometi esse tipo de erro dezenas de vezes nos últimos meses. Com o excesso de parcelamentos, fica difícil zerar a conta. Resultado, endividamento a longo prazo em coisas que poderiam esperar. O segundo motivo é que pagar o valor de todas as compras do mês anterior de uma única vez é mais difícil, ainda mais numa data em que nem sempre recebi todos os honorários . Aí alguém pode pensar "é só mudar o vencimento do cartão!", mas eu não concordo muito com isso, senão a gente passa o mês inteiro pagando contas e administrando os recursos para isso. É muito stress!!! Prefiro continuar pagando as contas no início do mês e antes do meio, pago o cartão. O ideal é que depois disso eu ficasse só com os pequenos consumos do dia a dia. Era assim que eu fazia quando era assalariada e sempre deu certo.
Bem, agora que identifiquei o problema preciso atacá-lo. Em primeiro lugar identifiquei todos os parcelamentos e até onde eles vão. Como a maioria dos parcelamentos são em poucas  vezes (2 a 4 vezes), consigo, zerar os parcelamentos nos próximos 3 meses. Não adianta tentar quitar antes, então, a estratégia é não parcelar nada nos próximos 3 meses e, na medida do possível, não utilizar o cartão de crédito.
Além disso, iniciei um corte bem importante nos gastos de modo geral. Fiz assim:
Em maio analisei minhas planilhas dos 3 meses anteriores e identifiquei onde estavam os problemas.
Percebi que alguns gastos podem ser simplesmente descartados, sem fazer nenhuma falta. Um exemplo? Tarifas de banco! Confesso que me senti muito, mas muito idiota quando percebi que aquele pacote de serviços que vinha pagando há anos, não servia para absolutamente nada! E só me toquei disso, depois que comecei a acompanhar o canal Me Poupe! no youtube. Gente, a Nath mudou minha vida!!!! É um pouco triste a gente se perceber ignorante em algo tão óbvio, mas só quando ela falou dos tais pacotes de serviço, foi que me toquei de que há um bom tempo os bancos passaram a ser obrigados a oferecer uma conta básica, sem o tal pacote de serviços inúteis. Ou seja, eu estava jogando no lixo, todos os meses (pasmem!) 96 reais, dos serviços nas duas contas que movimento. Caramba! É muito dinheiro!
Voltando aos cortes, fiz um mapa com todos os gastos e do lado a pergunta: dá pra cortar? reduzir?
Exemplo:
Serviços →  Essenciais→ 400,00 (gás, luz, celular...)   SIM. Reduzir 15% 
               ↘    Adicionais→ 600,00 (net, nefflix, diarista quinzenal). SIM 100% por 3 meses ou reduzir, por um período maior.
Fui fazendo assim com todos os itens e percebi que posso reduzir vários gastos, só me organizando para isso.
O bom de ir fazendo o mapa mental é que você vai visualizando tudo, puxando uma seta daqui, outra dali, inserindo perguntas e vai refinando sua análise. É um exercício bem legal e recomendo.
Percebi por exemplo, que consigo reduzir um dia do consultório nesse período de baixa. Com isso, tenho um dia a mais livre, o que me faz economizar combustível (uns 10 reais apenas por dia, mas X 4 semanas, já são 40 reais de economia). Já que estarei em casa, estou considerando ficar sem faxineira (ainda não fechei esta questão), o que seria uma economia de 170 reais por semana, como ela vem 2 vezes por mês, seriam 340 reais poupados.
Dá para perceber que não é muito dinheiro, porque eu não tenho gastos gigantes, assim como a maioria das pessoas assalariadas desse nosso país. Então não dá para fantasiar que vou economizar mil reais por mês, não indo à restaurantes, já que minha média de gastos é quase metade disso.
Mas olha só, se a gente somar essas pequenas economias: 96 das tarifas + 40 do combustível + 60 dos serviços essenciais + 170 (uma diária da faxineira, por exemplo)= 366,00. Viu, dá pra economizar uma boa grana, sem sacrificar quase nada. Imagina isso, aplicado num bom fundo de investimentos, ou mesmo disponível para ajudar nas contas do início do mês. Sensacional, não é?
Agora, preciso dizer como cheguei a essa conclusão. Comecei a ler mais sobre finanças pessoais. Pode parecer bobeira, mas as vezes, a gente não está conseguindo entender o que dá para fazer para melhorar nossa condição, aí lê um artigo de um educador financeiro, uma dica de quem é da área ou um roteiro de quem desenvolveu boas estratégias para lidar com isso e as coisas vão clareando na cabeça. Tenho acompanhado o canal Me Poupe!, lido e visto vídeos do Gustavo Cerbasi, lido os artigos do Dinheirama e lido coisas que estes recomendam.
Tem sido um aprendizado interessante e até me instigado a ir além nesses conhecimentos.


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