segunda-feira, 14 de abril de 2014

Praticidade na organização

Às vezes fico vendo essas técnicas de organização cheias de estratégias, passos e sei lá mais o que e sinto até preguiça de pensar!
Gente, organização precisa ser simples e ponto!
Podemos até nos inspirar em alguns métodos, mas o que conta, de verdade, é a disposição para a mudança de rotina e, principalmente, a compreensão sobre o que não está bom em nossa vida (e que carece de mudança).
Vamos pensar... Se a casa está um caos, com coisas acumuladas para limpar e organizar, precisamos tomar uma providência rápida, não é? Então eu presumo que as coisas chegaram a este ponto porque não houve tempo ou dedicação ou priorização ou paciência para lidar com isso. O que me faz pensar que não haverá muita disposição para lidar com métodos muito complexos de organização.
Então é isso: se o chão está sujo, o que resolve é pegar a vassoura e varrer. Simples assim.
Não estou aqui fazendo apologia ao pragmatismo. Apenas pensando em como algumas coisas podem ser mais simples do que parecem. Eu sempre ressalto que é preciso pensar em como as coisas chegaram ao caos. Isso sim é uma reflexão que precisa ser feita, porque não haverá mudança consistente se não compreendermos as causas da desorganização. Esse é um exercício  complexo, interessante e que inaugura uma compreensão sobre nós mesmos.
Quando eu me vi completamente desorganizada há uns 4 anos atrás, me fiz essa pergunta muitas vezes até encontrar as respostas. Eu estava desorganizada porque estava infeliz com minha vida, tentando sair do buraco existencial que me encontrava naquele momento. Sentia-me incapaz de cuidar de mim mesma, que dirá da casa! Além disso, nos momentos em que estava bem, eu não gostava de cuidar da casa. Realmente, eu não gosto de serviço doméstico, isso é fato. O que mudou foi que, ao cuidar das minhas emoções, me curar da imensa melancolia, eu pude, aos poucos, perceber que minha casa era um lugar importante para mim e que minha relação com ela precisava ser mais cuidada. Com isso, comecei a me organizar e cuidar melhor da rotina, mesmo não gostando do trabalho doméstico, ele precisa ser feito e isso não pode ser um grande sofrimento.
Passei a lidar com as coisas de maneira mais leve. Apesar de cansativo é gratificante me perceber dando conta da minha casa, da minha situação financeira, do meu trabalho e hoje, do meu filho.
No começo da organização a gente dá uma pirada! Começa a fazer milhões de listas, checar milhões de detalhes... Depois vai percebendo o que dá certo concretamente e o que é apenas piração. Com o tempo, se percebe uma apropriação daquilo que foi pensado. É gente, precisamos nos apropriar de nossas escolhas!
Hoje, apesar de ainda ter muito o que melhorar, vejo tudo com muito mais clareza e simplicidade.
Minha organização é mais ou menos assim:
- Passei a trabalhar menos, com isso perdi renda e precisei rever meu estilo de vida, portanto fiz alguns cortes, essencialmente de supérfluos. Só compro o que necessito.
- Entendi que para estar mais com meu filho, preciso cuidar da rotina doméstica ao mesmo tempo em que fico com ele. Não há dois momentos separados. Então vou fazendo as coisas com ele ao meu lado, mesmo que isso faça as coisas demorarem mais e às vezes ele me atrapalhe um bocado.
- Tenho uma rotina diária que inclui: lavar roupa 3 vezes por semana, lavar a louça diariamente, cozinhar 3 vezes por semana, manter a limpeza do banheiro e da cozinha diariamente e do restante da casa quando dá tempo.
- Por mais que eu tentasse ficar sem, ainda dependo de uma faxineira 1x por semana, para o trabalho mais pesado e passar a roupa. Entendi que preciso disso, mesmo que signifique uma despesa alta.
- Percebi que quanto mais ficamos em casa, mais precisamos ficar em casa para dar conta das tarefas domésticas. É isso que torna escrava muita dona de casa! A questão é que quando estamos em casa, sujamos mais louça, fazemos mais comida e bagunçamos mais a casa (principalmente quando temos filhos). Então tenho aprendido a nunca, NUNCA, deixar de sair porque preciso terminar de limpar a casa. Se eu preciso sair às 14h para trabalhar, sei que preciso dar conta das coisas até as 12h, para ter um tempo de descanso com meu filho depois do almoço e por fim, sair no horário, sem ficar tentando terminar o que precisa ficar limpo. Deu pra fazer, eu faço. Não deu? Paciência.
- Percebi que quando as coisas não se acumulam fica tudo mais fácil. Antes eu odiava lavar louça, então chegava, saia, chegava de novo e a louça ia se acumulando na pia. Resultado: além de ficar tudo horrível, quando eu tinha que lavar, passava um tempo enorme nesse trabalho. Hoje eu não dou trela pra preguiça. Depois do café da manhã eu lavo toda a louça em menos de 10 minutos. Daí eu faço o almoço e já vou lavando o que uso. Quando dá tempo já lavo a louça do almoço. Se não faço antes de ir pro trabalho, faço ao retornar, à noite. Assim, em cerca de 15 minutos por dia dou conta de uma tarefa que considero chata, mas que é necessária para meu bem estar.
Ou seja, o que é para fazer, precisa ser feito e pronto!

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