quarta-feira, 12 de setembro de 2018
O que é realmente importante?
Tenho pensado muito sobre a vida que eu quero ter, sobre os meus princípios e principalmente no porquê me sinto afastada desses princípios e propósitos.
Hoje é terça-feira, pouco antes das 10h da manhã. Estou em casa, meu filho chora no quarto, depois de uma crise de birra e eu assisto ao telejornal. Estou atrasada com os afazeres domésticos e possivelmente vou me atrasar para levá-lo à escola, enfim, tudo um caos, mas eu preciso escrever! rs.
Vi a pouco a reportagem sobre o furacão que está chegando nos Estados Unidos. As pessoas estão lacrando e abandonando suas casas dado o tamanho da catástrofe que se espera. Fico muito triste com esse tipo de notícia e é impossível não ser empática, mas me vi pensando aqui, enquanto tomava uma xícara de café: E se fosse comigo? Imaginei toda uma cena de ter que sair às pressas da minha casa, com meu filhinho e me fiz algumas perguntas: O que eu levaria? O que é realmente imprescindível para sobreviver por alguns dias? Quais as coisas afetivas que, se houvesse tempo, eu gostaria de levar? E se, ao voltar, minha casa não existisse mais, por onde eu recomeçaria?
Parecem pensamentos catastróficos, mas não são. Ao tentar responder essas perguntas, pensando num cenário de urgência, em que as decisões não teriam tempo para serem amadurecidas, em que eu não teria tempo para "arrependimentos", consegui pensar muito claramente naquilo que seria minha escolha: Minha prioridade seria meu filho, sempre. Então eu levaria tudo o que ele precisasse: roupas, calçados, cobertores, 2 ou 3 brinquedos preferidos, medicações, ítens de higiene e principalmente, comida. Para mim, algumas roupas práticas e uns 3 sapatos confortáveis, cobertores e, se houvesse tempo, meu computador, meu planner e nossos livros. Fazendo esse exercício tive um insight: Essas são as coisas essenciais, o resto é menos importante. Parece óbvio, não? Mas então, por que temos tantas coisas? Por que guardamos tantas coisas nos nossos armários, que sequer usamos?
E por que sempre precisamos de mais um armário, mais uma prateleira, mais um lugar para armazenar coisas, uma casa maior, um quartinho de bagunça?
Comecei a pensar que o essencial é tudo de que preciso e não sei direito em que momento comecei a "precisar" de tantas outras coisas. Me perdi do meu propósito de ter menos tralha, menos coisas pra limpar, menos acúmulo do que quer que seja. Ainda não sei direito por que isso aconteceu, mas preciso pensar sobre "quais buracos" estou tentando preencher com essas coisas todas.
Preciso me reencontrar comigo, voltar ao meu propósito e tirar todo esse peso que ando sentindo. Preciso diminuir o peso de viver.
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