quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Como ser uma mãe perfeita e outras mentirinhas


Estou escrevendo esse texto depois de passar mais de 6 horas com o filhote que não parava de chorar (com cólica, fome, manha e sei lá mais o que). Tentei por diversas vezes deixá-lo no berço e no carrinho- sem sucesso!
Fiquei tentando fazer o que era certo, o que uma mãe perfeita faria: não deixá-lo no colo por tempo demais, não ceder à manha, não reforçar o choro para conseguir o que quer...
Eu teria conseguido, se fosse uma mãe perfeita. Ué, mas eu sou uma mãe perfeita!!! Isso é o que me diz uma vozinha que vem lá de dentro:
Eu sou perfeita, porque sou falível, porque sou cheia de defeitos, porque choro quando meu bebê tem cólica, porque acredito que ele tem mais habilidades do que os outros bebês (mesmo quando essas habilidades são as mesmas para qualquer bebê).
Eu sou perfeita porque consegui ligar para uma amiga e pedir socorro quando eu não sabia o que fazer já na primeira semana- e não conseguia parar de chorar por isso.
Eu sou perfeita porque me deparei com um serzinho pequeno e frágil que depende completamente de mim, e num misto de desespero e coragem, disse a mim mesma: “ok, vamos lá, faça o melhor que puder, mesmo que seja insuficiente, mesmo que esteja errado, mesmo que seja absurdo”
Eu sou perfeita porque, mesmo acreditando que exista um jeito certo de fazer as coisas, sei que esse jeito é apenas uma referência, que não necessariamente se aplica à minha doce e cruel realidade de mãe de primeira viagem!
Eu sou perfeita porque consegui pedir ajuda à minha mãe, mesmo tendo passado a vida criticando seu jeito.
Sou perfeita porque não consegui perguntar tudo ao pediatra e voltei pra casa cheia de dúvidas, mesmo tendo me programado para anotar o que precisava perguntar e não ter tido tempo de escrever uma linha sequer.

É isso, somos perfeitos quando desejamos fazer o melhor, independente de que melhor seja esse.

Por fim: sou perfeita porque não sei o que isso significa, não compreendo o conceito de perfeição e não tenho nenhuma pretensão de ser algo além de uma mãe completamente apaixonada por seu pequeno, que se vê “tateando no escuro” e tentando dar a ele amor, conforto e um golinho de leite, sempre que ele precisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário