Estou escrevendo esse texto
depois de passar mais de 6 horas com o filhote que não parava de chorar (com
cólica, fome, manha e sei lá mais o que). Tentei por diversas vezes deixá-lo no
berço e no carrinho- sem sucesso!
Fiquei tentando fazer o que era
certo, o que uma mãe perfeita faria: não deixá-lo no colo por tempo demais, não
ceder à manha, não reforçar o choro para conseguir o que quer...
Eu teria conseguido, se fosse uma
mãe perfeita. Ué, mas eu sou uma mãe perfeita!!! Isso é o que me diz uma
vozinha que vem lá de dentro:
Eu sou perfeita, porque sou
falível, porque sou cheia de defeitos, porque choro quando meu bebê tem cólica,
porque acredito que ele tem mais habilidades do que os outros bebês (mesmo quando
essas habilidades são as mesmas para qualquer bebê).
Eu sou perfeita porque consegui
ligar para uma amiga e pedir socorro quando eu não sabia o que fazer já na
primeira semana- e não conseguia parar de chorar por isso.
Eu sou perfeita porque me deparei
com um serzinho pequeno e frágil que depende completamente de mim, e num misto
de desespero e coragem, disse a mim mesma: “ok,
vamos lá, faça o melhor que puder, mesmo que seja insuficiente, mesmo que
esteja errado, mesmo que seja absurdo”
Eu sou perfeita porque, mesmo
acreditando que exista um jeito certo de fazer as coisas, sei que esse jeito é
apenas uma referência, que não necessariamente se aplica à minha doce e cruel
realidade de mãe de primeira viagem!
Eu sou perfeita porque consegui
pedir ajuda à minha mãe, mesmo tendo passado a vida criticando seu jeito.
Sou perfeita porque não consegui
perguntar tudo ao pediatra e voltei pra casa cheia de dúvidas, mesmo tendo me
programado para anotar o que precisava perguntar e não ter tido tempo de
escrever uma linha sequer.
É isso, somos perfeitos quando
desejamos fazer o melhor, independente de que melhor seja esse.
Por fim: sou perfeita porque não sei o que
isso significa, não compreendo o conceito de perfeição e não tenho nenhuma
pretensão de ser algo além de uma mãe completamente apaixonada por seu pequeno,
que se vê “tateando no escuro” e tentando dar a ele amor, conforto e um golinho
de leite, sempre que ele precisa.
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