sábado, 10 de fevereiro de 2018

Pensando em um cardápio semanal dentro da realidade

Nesses últimos dias tenho tentado desesperadamente reconstruir o hábito de cozinhar e comer direito.
Só pra contextualizar... Moramos hoje só eu e meu filhote de 5 anos. Quando ele era pequenininho eu tinha a rotina diária de cozinhar, já que sempre almoçávamos em casa. Mesmo depois que ele foi para a escola, continuamos assim por algum tempo, até que começou aquela fase estressante (que quase toda mãe passa!) dele não querer comer nada, de fazer birra pra não experimentar novos alimentos, além de desistir daqueles que já comia.A partir daí precisamos fazer mudanças significativas, ele passou a almoçar e jantar na escola.  Foi uma decisão difícil, especialmente para mim. Sabem como é né? Onde é que fica o papel da mãe de alimentar seu filhote? Mas foi uma decisão bem discutida entre mim e o pai, que aliás lidou com isso de maneira bem tranquila, dizendo inclusive que seria mais fácil ele comer junto com os amiguinhos na escola e ele estava certo. Enfim, elaborei minha culpa e ficou tudo bem. Não me tornei uma mãe pior por isso.
O problema agora é outro. Não tendo mais o compromisso de fazer comida todo dia, minha alimentação foi ficando cada dia pior. Eu morro de preguiça, confesso!, de cozinhar só pra mim. O desperdício muitas vezes é grande, porque não dou conta de comer todas as verduras e legumes que compro, na tentativa de variar o cardápio. Nem tudo o que congelo consigo comer depois, porque acho mesmo que o sabor não fica legal (exemplo: feijão, brocolis...). Aí, como uma mesma comida por 2 ou 3 dias e já enjoo e meto o pé na jaca! Os resultados não tem sido bons: engordei, me sinto mais fraca e adquiri um problema gástrico.
Então, voltando ao início da postagem, comecei a procurar todas as formas de fazer um cardápio, fucei montão na internet, quase até assinei um canal para receber cardápios diários, o que seria loucura, já que é pago. O fato é que de nada adianta eu pegar essas ideias de cardápio que não tem funcionalidade, porque não vou fazer uma comida diferente todos os dias, não tem como fazer um prato elaborado com apenas uma ou duas porções e o que eu vi foi, na maioria das vezes, aquelas ideias de uma carne diferente e um legume diferente a cada dia. Isso não funciona para quem come sozinho.
Daí eu pensei... preciso criar algo que sirva para mim, alimentos que talvez se transformem em receitas diferentes a cada dia e comecei agora a desenvolver minhas receitas, digamos assim, versáteis.
Só para constar, não vou ensinar nada de nutrição ou culinária, porque tem gente especialista nisso e não é meu caso. Queria apenas dividir minhas ideias de como ter um planejamento mais maleável e manter uma dieta minimamente saudável. Afinal, todo mundo sabe que dieta balanceada não tem grandes segredos. Um prato saudável só precisa ter uma porção de proteína, uma de carboidrato, alguns vegetais e saladas variadas. Obvio que os profissionais tem uma função bem importante, auxiliando na criação de dietas específicas para cada perfil e cada necessidade. Acho super válido consultar um nutricionista, mas é também válido a gente pensar em como fazer escolhas saudáveis e equilibradas, ainda que no momento não esteja nos planos, no tempo ou no bolso consultar um profissional.
Vamos lá, aqui vão as minhas ideias...
Proteínas: 
Carne moída: Desde que eu era pequena, sempre achei carne moída o máximo da versatilidade. Como tínhamos uma família grande, em tempos de vacas magras, um tantinho de carne moída, com um montão de legumes, alimentava a prole inteira. Dá para refogar (com azeite,alho, cebola, sal, pimenta e louro) uma boa quantidade e congelar em porções nos potinhos. Comecei a fazer isso e já dividir: uma parte congelo só refogada e outra já transformo em molho. Imagina a seguinte conta: meio quilo de carne moída, dá para dividir em umas 4 porções, duas refogadas e dois molhos. Na hora de finalizar é só cozinhar uns legumes como batata, chuchu, abóbora ou abobrinha e adicionar a carne. Fica ótimo! Com o molho dá para fazer macarrão, também super rápido.
Peito de frango: Outro queridinho de quem quer praticidade! Eu separo uns filés para grelhar (poucos) e cozinho o peito inteiro, depois de refogar com alho e cebola, da mesma maneira que faço a carne. Costumo cozinhar na panela de pressão, depois desfio, separo uma parte com o caldo, para sopas ou molho e o restante deixo mais sequinho, para diversas preparações: molho branco para macarrão, sanduíches, panqueca ou mesmo misturar aos legumes cozidos.
Carne bovina pedaço: Gostei de fazer coxão duro cozido e desfiado, além de ser uma carne bem saborosa, não requer grandes esforços, é só refogar e cozinhar por bastante tempo na panela de pressão. Comi por uns 3 dias sem enjoar. Outra opção bacana é o lagarto, já fiz algumas vezes no passado, vou fazer de novo. Fica ótimo recheado com calabresa, cenoura e bacon. É só furar a carne no centro, colocar o que vai rechear, refogar e depois cozinhar. Fica ótimo e depois de frio dá para cortar fatias bem fininhas, o que facilita muito para quem quer comer pequenas porções.
Ovos:  Eu adoro de qualquer jeito, frito, cozido, mexido. Tenho evitado por questões de saúde, mas gosto muito de utiliza-los em omeletes ou suflês. Já fez omelete de abobrinha? Só deixar bem picadinha, temperada com sal, pimenta do reino, dar uma refogada rápida, bater uns ovos, misturar salsa e fritar com pouco azeite. Fica boomm!
Frango em pedaços: Quase nunca compro frango inteiro, exceto quando compramos de padaria, o que acontece só quando tem mais alguém aqui e estamos com preguiça de cozinhar. Assar pedaços como coxa e sobrecoxa é uma opção que gosto. São partes bem saborosas e combinam com legumes assados ou cremes de milho ou espinafre, por exemplo. Amo frango cozido, mas não costumo fazer porque o gostoso desse prato é fazer com várias ou todas as partes do frango e fica uma quantidade de comida enorme e não fica muito saboroso depois de congelado. Quando quero comer, peço pra mamys fazer (momento exploração).
Peixe: Infelizmente não tenho o hábito de comer peixe no meu dia a dia. Eu gosto e é saudável, mas confesso que não acho algo muito fácil de fazer e congelado fica muito ruim. Preciso explorar mais.

Legumes:
- Assados, com azeite, sal e alecrim;
- Cozidos no vapor e temperados com ervas (salsa, manjericão...);
- Refogados. Simples assim, só descascar, cortar e fazer. Eu não costumo fazer grandes receitas com legumes não, prefiro que eles estejam assim, mais integrais.
As exceções são: purê de batata, mandioca ou mandioquinha, creme de milho ou espinafre, batata frita (porque ninguém é de ferro kkk ), lasanha de berinjela ou abobrinha, suflês ou omeletes de diversos vegetais.

Arroz e feijão e suas variações:
Confesso que tenho certa dificuldade com feijão. Adoro, mas tem que ser fresquinho, clarinho, com caldo grosso e grãos bem macios. Ou seja, faço, me mato de comer e depois fica o restante esquecido no congelador. Já tentei congelar sem temperar, sem caldo, enfim, não rola comer depois. As vezes, consigo bater e fazer tutu, mas é raro. Prefiro então consumir mais lentilha, que adoro e não tem isso de ficar ruim depois. Ainda assim prefiro fresquinha claro, mas não dá trabalho. Faço um refogado e já cozinho direto, sem precisar temperar depois. Em 20 minutos está prontinho.
Arroz é arroz né? (e tonto é quem escreve isso!). Gosto do branco e como o integral por obrigação. Costumo dar uma incrementada com cenoura ralada, ervilha congelada ou brócolis. Aquele arroz de forno da nossa mãe, com as sobras do domingo também é uma opção legal.

Macarrão: Não deveria, mas como toda semana e mais de uma vez (abafa). Acho que é a coisa mais versátil e rápida de fazer. Tem versões mais saudáveis, como as massas frescas e integrais. Eu gosto de sempre colocar um legume pra dar uma equilibrada. Macarrão alho e óleo com brócolis e uma boa opção. Molho bolonhesa, molho branco com bastante queijo (é calórico, mas delicioso). Faço sempre yakissoba. Além de ser gostoso é bem balanceado, com carnes e legumes diversos.

Saladas: Aí não tem mistério. A ideia é colocar várias folhas (alface, agrião, rúcula, acelga, couve) e vários legumes crus. Sempre uso cenoura ralada e tenho gostado de usar repolho roxo, bem picadinho. Tomate, pepino, brócolis e couve flor são sempre bem vindos. Para mim, o maior desafio é conseguir ter vários ingredientes nas saladas, sem desperdiçar,  principalmente as folhas que são mais sensíveis. Confesso que ainda não consigo ter todo dia uma super salada colorida. Ou os ingredientes estragam ou falta tempo de comprá-los frescos. Tenho tentado me disciplinar para manter tudo limpinho na geladeira, mas ainda é falho.

Então, baseado nessas minhas reflexões, estou montando uma rotina assim:
- Cozinhar 2 vezes por semana, durante a semana e mais 1 no final de semana.
- Fazer 2 tipos de proteína na semana e congelar para os outros dias.
- Manter uma boa variedade de legumes e saladas para todos os dias.
- Fazer feijão de vez em quando e lentilha sempre (explorar outras opções, como feijão branco, grão de bico...).
- Variar o tipo de arroz.
- Evitar frituras e muita gordura.
- Comer macarrão apenas 1 vez por semana (fora as outras 2 vezes em que vou cozinhar).
- Começar a elaborar um cardápio utilizando a mesma base para vários pratos, evitando ficar com um monte de congelados (exemplo: usar a carne de panela de 2 maneiras na mesma semana: desfiada com legumes e com purê de mandioquinha).
Vamos ver se consigo melhorar minha alimentação e também minhas finanças (comendo menos fora de casa e desperdiçando menos).
Espero que quem passar por aqui possa se inspirar e também fazer esse exercício de elaborar uma rotina para cozinhar e até mesmo um cardápio, o que é meu próximo passo.


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