quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sobre dar valor ao que é simples ou deixando de ter uma casa arrumadinha

Este começo de ano foi bastante estressante e comecei a me questionar sobre o que isso tem haver com a minha (des)organização.
Fui percebendo minha excessiva cobrança em dar conta de toda a rotina e mais ainda, minha intolerância à bagunça. Outro dia tive um insight fantástico... estava super cansada, tinha feito milhões de coisas em casa e quando sentei no sofá, quando finalmente o filhote havia dormido, percebi que a casa estava uma bagunça ainda e que nada estava "como eu gostaria" que estivesse. Percebi então, o que pode parecer óbvio: minha vida mudou completamente em 2014 e não adianta eu querer que minha decoração fique impecável, que não tenha nenhuma louça na pia e nenhum brinquedo espalhado pela casa. Eu não sou mais aquela solteira, que saía de manhã para trabalhar e voltava só pra dormir. Não sou mais aquela que cozinhava apenas por hobby e que deixava de fazer comida simplesmente porque a faxineira deixou a cozinha brilhando e isso precisava ser preservado, mesmo que isso significasse comer pizza e yakissoba nos próximos 3 dias e só aí então eu voltaria a abrir o fogão. Não tenho mais as paredes branquinhas o tempo todo (outro dia filhote ficou olhando para a parede, tentando analisar que meleca era aquela e de repente falou com ar de surpresa: olha, é nutella!kkk). Enfim, minhas paredes agora são "branco-nutella" e meus quadros já não ficam alinhados e meu papel higiênico, às vezes, vira tapete até a cozinha! Tem sempre um brinquedo espalhado e as almofadas do sofá jamais estarão arrumadinhas. Ou seja... aqui se vive! E eu não tenho nenhuma pretensão de que minha obsessão por uma casinha arrumadinha me transforme em alguém insuportável, que só vive para arrumar a casa e não permite que o filho coma a bendita da nutella, só para não carimbar as mãozinhas na parede! Aqui se vive sim! E casa viva é aquela que fica dois dias cheirando a peixe, depois de fazer aquela moqueca maravilhosa, mas também é casa que cheira a pão caseiro, uma das minhas mais doces memórias de infância. Eu quero que seja assim... quero dar ao meu filho a oportunidade de ter uma vida saudável, com mais pé no chão e menos tênis limpinho. Quero que ele tenha orgulho de viver aqui e quero que meus valores sejam passados para ele e que ele escolha aqueles que servirão para sua vida e descarte os que não servirem, mas sem o peso de ter que romper com aquilo que lhe pareça insuportável. Pode parecer meio louco isso que estou escrevendo, mas eu sei bem o que estou dizendo! Lido o tempo todo com pessoas que tiveram suas vidas marcadas (negativamente) pela rigidez de seus pais. Uma mãe que acha que as almofadas do sofá não podem ser amassadas, pode passar a mensagem aos filhos, do quanto eles não são bem vindos naquele espaço. E isso para mim, é muito grave!
Preciso sim, encontrar alguns mecanismos de dar conta da rotina de maneira mais tranquila, mas não posso fazer disso a minha grande razão de viver, porque a minha razão de viver é o meu filho, é a minha família, é o meu trabalho e são os meus projetos pessoais. Nada além disso e já é o bastante.
Neste 2015, quero me dedicar mais a algo que sempre foi meu grande foco: a simplicidade. Em alguns momentos deixei de olhar para isso e confesso que isso me fez muito mal.
Vou me voltar mais ao meu projeto de tornar a rotina mais simples, as finanças menos complicadas e a vida mais leve. Quero e preciso cultivar a paz em minha casa.

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